© Ingrid Anne|Divulgação
A Companhia Brasileira, o grupo curitibano de teatro mais premiado e prestigiado do país, volta para casa a fim de reapresentar “Projeto Brasil” no Teatro José Maria Santos, a partir deste sábado (13).
Criado em 1999, o grupo produziu peças no país e também no exterior. Em 2012, venceu quatro categorias do Prêmio Shell, o mais importante do teatro nacional, com o espetáculo “Esta criança”.
Agora, “Projeto Brasil” traz não um enredo, mas uma sequência de performances de materiais bem diferentes, em que dança, música e performance têm o mesmo peso das palavras.
A direção é de Marcio Abreu. No elenco estão Nadja Naira e o músico Felipe Storino, responsável pela trilha original.
Depois de apresentar “Projeto Brasil” em Curitiba e no Rio para plateias com artistas , amigos e admiradores, a Companhia Brasileira experimentou seu novo trabalho em Brasília e Manaus, em espaços imensos, lotados com o “público em geral”.
A felicidade, contam os atores Giovana Soar e Rodrigo Bolzan, foi perceber que a peça funciona também nessas condições.
Em Manaus, num dado momento, as 700 pessoas leram em voz alta as legendas de um discurso do ex-presidente uruguaio José Mujica, enunciado em espanhol pelo ator Rodrigo Bolzan minutos antes.
“Projeto Brasil” foi construído durante dois anos em que o grupo apresentou peças de seu repertório ao redor do país, promovendo também oficinas.
“Projeto Brasil”
Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655 – Centro), (41) 3304-7982. De 13 de fevereiro a 6 de março. 5ª a dom. às 20h. Sessão extra 5/3 às 17h. R$ 20 e R$ 10 (meia). Classificação indicativa: 16 anos.
Essa interação com artistas e não artistas de outras praias serviu como alimento para elaborar as diferentes cenas, que, a princípio, têm como fator de unidade o Brasil – no fundo, são visões muito pessoais de vários aspectos da vida.
Além do discurso de Mujica, palavras da ex-ministra da Justiça francesa Christiane Taubira enfatizam preocupações sociopolíticas, que também podem ser sentidas em trechos sem palavras. Há críticas à violência brasileira e defesas dos direitos dos homossexuais.
“São imagens que podem provocar de forma muito pessoal. Existe [por exemplo] gente que se liga mais na cena que mostra uma pessoa dando banho em outra”, diz Giovana.
Outra parte do público, diz a atriz, pode se sentir provocada por ter de interagir com os atores em determinado momento da peça.
Caderno G|Gazeta do Povo