Condenado na Lava-Jato, Bendine faz lista de indicações para o Banco do Brasil

A transição de Lula fez um personagem da que andava submerso voltar a circular nos meios políticos. Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil que foi condenado por corrupção em decorrência da Lava-Jato, tem se movimentado politicamente para influenciar na escolha do futuro presidente do banco estatal.

A movimentação se dá em duas frentes. De um lado, Bendine procura executivos do banco para dizer que, se quiserem se manter nos cargos ou mesmo serem promovidos a diretores, precisam falar com ele.

Nessas abordagens, ele diz que está com cacife alto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porque, apesar de ter sido preso e condenado e mesmo assim não ter feito delação premiada.

Bendine foi presidente do Banco do Brasil de 2009 a 2015. Deixou o banco para assumir a presidência da Petrobras, nomeado por Dilma Rousseff já em meio às investigações da Lava-Jato.

Acabou preso pela própria operação em 2017, acusado de receber R$ 3 milhões em propina da Odebrecht para ajudar a empreiteira a rolar uma dívida no Banco do Brasil. Foi solto em 2019 por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal. Em 2020, foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região a 6 anos e 8 meses de prisão por corrupção passiva. Bendine recorre da sentença em liberdade.

Outra forma que Bendine adotou para influenciar na escolha para o BB é frente receber para “entrevistas de emprego” alguns interessados em serem indicados para a diretoria, vice-presidências e para a própria presidência.

As conversas acontecem em seu apartamento em São Paulo ou na casa que ele tem em Sorocaba, a 100 km da capital. Nessas ocasiões, ele diz que está compondo uma lista para enviar para o próprio Lula, que vai escolher pessoalmente o time do banco.

Pelo estatuto do BB, nem o presidente e nem os vice-presidentes precisam ser funcionário do banco. Já os diretores tem que ser escolhidos entre funcionários do banco. Todas as indicações precisam passar pelo conselho de administração.

Mas os candidatos ao BB que estão recorrendo a Bendine correm o risco de se decepcionar. Apesar de toda a movimentação e do lobby, aliados bem próximos de Lula com quem conversei dizem que ele não terá influência nenhuma na escolha. Lula, aliás, procura uma mulher para a presidência do banco.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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