Copandemia

Escrevendo aqui sobre mais essa encrenca criada por Jair Bolsonaro com a ideia besta de fazer o torneio da Copa América no Brasil, falei sobre os riscos de imagem para os patrocinadores de um torneio realizado em meio a uma pandemia com quase 500 mil mortes.

É bastante perigoso. A previsão é de que virá mais desgraça nos próximos dias, com uma terceira onda da Covid-19 caindo sobre nossas cabeças, sem que sequer tenha acabado nenhuma das anteriores. Quem iria querer associar sua imagem a este clima de desespero e dor?

Houve uma ameaça de que jogadores da Seleção Brasileira não aceitariam participar, mas no final não houve resistência de fato, o que não é de causar surpresa. Espantoso mesmo seria ver um gesto de dignidade desses atletas da atualidade.

Porém, nas grandes corporações pode também não haver humanismo, mas jamais vai faltar-lhes sensibilidade aos riscos com a imagem das suas marcas. A Mastercard já havia desistido de patrocinar o torneio no Brasil. Agora foi a Ambev que anunciou que não vai colocar sua marca neste evento fora de hora.

É uma decisão sensata, afinal a Covid-19 mata e deixa sequelas graves em seres humanos. Claro que o contágio pode também ser letal em marcas comerciais.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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