Fico de pé, saco do punhal. Um golpe, outro, mais outro. Sem um grito, ela cai, derruba na mesinha copos e garrafas. Pronto se calam as vozes.
— Me acuda, João.
Consegue ainda se levantar. Cambaleia dois passos no salão. De frente, enfio o punhal. Mais fundo e de baixo para cima. Ela me abraça:
— Não me mate que eu volto.
Molhado de sangue o peitinho branco. Estende a mão esquerda, as bijuterias bolem no pulso:
— Me leva para casa.
Arrasta-se ali a meus pés. Cai de lado numa poça de sangue.
— Tua casa é o inferno, querida.
Arrasta-se ali a meus pés. Cai de lado numa poça de sangue.
— Tua casa é o inferno, querida.
Do livro 99 corruíras nanicas, L&PM Pocket