Delação da Andrade Gutierrez está ligada a acordo de leniência

A possibilidade de executivos da Andrade Gutierrez aderirem à delação premiada faz parte de um pacote: o interesse maior da empresa seria, depois disso, fechar um acordo de leniência com o governo. Com ele, tentaria se livrar do risco de, no futuro, ser impedida de fazer obras para o poder público em todo o país.

CARTÃO DE VISITA

A ideia ainda está em estudo. O presidente da empreiteira, Otavio Azevedo, preso em Curitiba, recebeu advogados que explicaram a ele, na semana passada, as consequências de aderir à delação. A visita, e a informação de que o escritório de Celso Vilardi, responsável pelo acordo de leniência da Camargo Corrêa, estaria sendo contratado pela Andrade, repercutiu entre advogados de outros réus do escândalo.

NÃO E NÃO

Vilardi afirma que não foi contratado pela empresa. A companhia diz: “O Grupo Andrade Gutierrez nega que seus executivos estejam aderindo à delação premiada. A AG também não fez nenhum acordo de leniência”.

ELA DISSE

Descartada há alguns dias, a ideia de unir os ministérios das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos voltou à pauta da presidente Dilma Rousseff. Ministros do PT vão tentar demovê-la. Um deles diz que a medida abriria “uma guerra”com o partido e com movimentos sociais. E que Dilma entraria para a história como a presidente mulher que fulminou justamente o ministério da mulher.

ELE DISSE

O mesmo ministro pondera que seria menos traumático, por exemplo, retirar da AGU (Advocacia-Geral da União) e da CGU (Controladoria-Geral da União) o status de ministério.

QUE CONSIDERAÇÃO

O ministro Arthur Chioro, da Saúde, soube que estava com a cabeça a prêmio pela imprensa. A equipe dele mobilizou amigos para que prestassem solidariedade. A pasta pode ir para o PMDB.

A FICHA ESTÁ CAINDO

Um dia antes de o dólar atingir R$ 4, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tentava mostrar otimismo a amigos com quem se encontrou anteontem, em SP. Ele estava na cidade para prestigiar a posse de Heleno Torres como professor titular de direito financeiro da Faculdade de Direito da Universidade de SP.

“Eu acho que, assim, a ficha está caindo”, afirmou ele, dizendo acreditar que o Congresso vai apoiar as medidas econômicas propostas pelo governo para debelar a crise. “Nem deveria usar uma expressão tão informal, ainda mais nesse ambiente aqui, né? É melhor você colocar ‘o ministro da Fazenda está otimista porque acha que está crescendo a conscientização em relação à necessidade da adoção de algumas medidas'”, afirmou à coluna.

Na festa, ele foi abordado por Regina Alcantara e Dianne Felipe, procuradoras da Fazenda. “Estamos precisando de atenção”, disseram, referindo-se à melhoria da remuneração da categoria.

“Eu vou fazer uma inconfidência, aqui, em primeira mão para vocês”, disse Levy. As pessoas se aproximaram: “O clima no país não está, assim, muito tranquilo…”. Todos riram. “Mas nós estamos trabalhando e em um momento melhor vamos resolver os problemas de vocês.”

De mãos dadas com ele quase todo o tempo, a mulher de Levy, Denise, que mora em Washington, nos EUA, dizia que veio ao Brasil nesta semana para, digamos, vigiar o marido. “Eu fico aflita. O ritmo está muito puxado. Quero ver se consigo fazer com que ele descanse um pouco.”

CURTO-CIRCUITO

Milton Flávio está de saída do cargo de subsecretário de Energias Renováveis do Estado de São Paulo. O ex-presidente municipal do PSDB vinha discordando de decisões como o investimento em termelétricas e gás natural. Em nota, o órgão diz que ele pediu desligamento e “teve passagem marcante pela subsecretaria, fortalecendo o uso de energias alternativas na matriz energética e contribuindo para o desenvolvimento econômico sustentável do Estado”.

FIM DE FESTA

Chegou ao fim a empresa #HoyTiene, que promovia festas e tinha entre os sócios Enrico Celico, ex-cunhado do jogador Kaká. Os outros dois sócios, Luiz Restiffe e Juliano Libman, vão fundar nova agência de baladas.

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Monica Bergamo – Folha de São Paulo

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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