Mauri Rodrigues da Cruz
Muitas pessoas ficaram chocadas e surpreendidas ao ver o telejornal do SBT de ontem à noite noticiar um escândalo que está abalando boa parte da sociedade conservadora de Curitiba. Trata-se da acusação do envolvimento do famoso médium Mauri Rodrigues da Cruz em dezenas de casos de abuso sexual e pedofilia .
Segundo o noticiário, há um inquérito em andamento no Ministério Público onde muitos fiéis da doutrina espírita relatam terem sofrido abusos sexuais do médium quando eram crianças e adolescentes durante sessões, quando Mauri dizia incorporar espíritos em processos de cura.
A mãe de um desses jovens, que hoje já é adulto, contou que o filho sofreu traumas psicológicos diante da insistência do “ médium”, que abusava do menino no centro espírita da Vila Tingui, frequentado pela alta sociedade curitibana e políticos influentes. No YouTube se encontram também depoimentos de outros homens que se dizem abusados sexualmente por Mauri, que se utilizava, segundo os depoentes, de artimanhas para iludi-los.
O fato é que desde a década de 70, ou seja,há cerca de meio século, circulam denúncias dessa natureza contra o médium que, entretanto, aos 78 anos de idade, continua exercendo liderança na comunidade espírita, recebendo homenagens e presidindo uma instituição onde se pratica caridade e atendimentos aos menos favorecidos.O desfecho do inquérito e do processo de apuração que corre em segredo de justiça poderá resultar em um escândalo sem precedentes na comunidade religiosa em Curitiba – e cujo alcance com condenações e indenizações, na hipótese de a Justiça entender que as cerca de 40 denúncias têm fundamento, poderá se comparar aos casos dos bispos norte-americanos da Igreja Católica.
O fato entristeceu e magoou as pessoas que frequentam o centro presidido por Mauri. Ele fez questão de ser entrevistado pela reportagem do SBT e negou todas as acusações, que atribuiu à uma disputa pela direção da instituição que preside, o Centro de Estudos Espíritas.
Uma página no facebook foi criada para dar apoio às supostas vítimas, mas uma ordem judicial obtida por Mauri retirou-a do ar. Ele é defendido por um dos mais famosos escritórios de advocacia do Paraná.