Hoje falei do Remdesivir, esse remédio aprovado pela Anvisa. Aliás, já tratei dele várias vezes ao longo da pandemia. As ações da empresa produtora, Gilead, subiram muito com o coronavírus.
É um remédio originalmente destinado a combater o vírus do ebola, portanto deve ser um potente antiviral. Há muito tempo que alguns pacientes mais ricos o utilizam. No Brasil, custa R$20 mil mais ou menos. No entanto, os resultados do remédio não são assim maravilhosos. A OMS, que teve acesso a algumas pesquisas, acha que não é um remédio a ser indicado.
Mas pesquisas na Inglaterra e nos Estados Unidos, onde o remédio está aprovado (Trump usou durante sua internação), indicam que o remédio tem eficácia para pacientes moderados e graves, desde que não estejam ainda intubados.
Segundo essas pesquisas, feitas com pacientes que tomaram o remédio e outros que tomaram um placebo, o antiviral consegue reduzir em alguns dias o tempo de internação. Numa pesquisa fala-se em quatro dias, numa outra cinco dias de encurtamento.
O remédio é aplicado na veia e normalmente se destina a reduzir as dificuldades respiratórias.
O grande caminho ainda é a vacina. Hoje houve dois fios de esperança que confirmam minha tese de que devemos passar por cima do Bolsonaro e de Pazuello. A OMS parece que vai destinar rapidamente para o Brasil os três milhões de doses da Oxford que viriam para cá. É uma compra do consórcio Covax. Viria de qualquer jeito, mas os governadores argumentaram que a situação é grave, o Brasil tornou-se ameaça internacional.
Outra notícia boa é o fato de os Estados Unidos terem 30 milhões de doses da Oxford num depósito em Ohio e não as usam. Segundo o New York Times podem ser doadas para outros países.
Outra chance de conseguirmos algumas vacinas. Para isso é preciso que os governadores tomem a iniciativa e falem com a embaixada americana.
Tem sido esta a minha tese: alcançar o mundo, apesar do Itamaraty, dirigido no momento pelo obscurantismo.
Outro dia, entrevistando o prefeito de BH, Alexandre Kalil, perguntei se não ia comprar vacinas. Ele respondeu que quem deveria comprar vacinas é o presidente e que o negócio era pressionar Bolsonaro. Tudo bem. Passaram dez dias da entrevista e Kalil anuncia que fez um negócio com a Sputnik e está esperando apenas a autorização da Anvisa.
Tudo isso é muito bom, o país inteiro precisa se mover, ignorar Bolsonaro e guardar todas as provas para responsabilizá-lo adiante. O momento é de salvar vidas e retomar a atividade econômica.
Começa mais um fim de semana. Domingo tem jogo no Maracanã e uma novidade: Flamengo e Fluminense fazem campanha para a adoção de animais. É uma campanha urgente porque dizem que aumentou em 70 por cento o número de animais abandonados com a pandemia.
Hoje vi uma cena emocionante na tevê. Aconteceu em Juazeiro do Norte Ceará: um lindo viralata negro entrou numa clinica veterinaria como se pedisse ajuda. Foi acolhido, tem um tumor e já começou a quimioterapia. Um conto de fadas. Muitos querem adotá-lo, mas parece que a veterinária não vai deixá-lo nunca mais.