Padrelladas

Diário da Gripezinha

Foi o vizinho do apartamento 12, do bloco da síndica, quem avisou: “Estou preocupado com o menino. Está com um latido meio rouco.” A síndica, que ia passando: “Foi um camarão que ele comeu”. “E também está perdendo pelo. A esposa devia levar no veterinário” – tornou o vizinho do 12. “Ora, camarão não faz mal a ninguém, porque não é alergínero” – disse a síndica, diplomada em Medicina Caseira. E continuou: “Fosse ostra, aí sim; tem pessoas que comem sem tirar a casca”.

O cara do 12, diplomado em Frutos do Mar, respondeu: “Comer ostra pode subir pra cabeça, e o cérebro virar uma imensa ostra. Sem pérola, o que é grave”. A síndica queria brilhar mais: “Camarão é mais grave porque ele sobe pra cabeça e troca de cérebro com o degustante”. O vizinho fez cara de quem está pensando e respondeu com um muxoxo, seja lá o que isso signifique.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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