Padrelladas

Diário da Pandemia

Confirmado: Leonardinho foi avistado na Califórnia, pedalando uma baique, pau de fogo na mão. Pode ser tudo, pode ser nada.

Jogar dominó é interessante. Um jogador coloca uma peça, o outro une sua peça à primeira, obedecendo o valor apresentado. A parede prejudica um pouco a comunicação, mas não se pode ter tudo.

– Quem começa? – Mirtes perguntou. (Não sei o nome do cara, chamo de Mirtes).

– Comece você.

Você, no caso, seria eu. ‘Pronto” – eu disse. “Sua vez”.

– O que você jogou? – ele perguntou.

– Um seis e um dois.

– Eu tenho o gato.

Me assanhei:

– Um gato, assim, amarelo e branco? Que atende pelo nome de Moisés?

Vieram lágrimas. Saudade daquele bichinho que eu catei do nada e amava com fúria e insensatez. E pensar que ele nunca realmente existiu.

Hoje foi dia de fazer a feira. Tirei as verduras da geladeira e levei para a sala. O queijo encaminhei para a varanda. O leite escondi debaixo da cama. Então, peguei a sacola e fui catando cada item, não sem antes brigar com um feirante que queria ficar rico às minhas custas.

MOMENTOS INESQUECÍVEIS DA HISTÓRIA DO BRASIL: Frase que Machado de Assis ia dizer e acabou não dizendo: Maria, minha nêga, vem fazer cafuné no teu neguinho.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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