dilma é uma brasileira como qualquer um de nós

Dilmadilma

gosto da dilma. não gosto da presidente mas gosto da mulher dilma, essa figura errada, no lugar errado, na hora errada.
ela se esforça e, por sua trajetória, acredita no fardo que tem que carregar. ela não é uma líder, não é uma estadista, não é boa oradora, nem tem carisma mas tem a simpatia de um cidadão brasileiro normal que pode, a qualquer instante querer dar uma voltinha na praça para desanuviar.
e é isso que ela faz. na hora da pressão, vai dar uma banda de moto na madrugada de brasília, vai andar de bike logo cedo, vai passear no central park e, claro, vai dar um perdido e almoçar com os “colega” no intervalo de um mega encontro internacional.
quem de nós, brasileiros, não dá uma fugidinha pra comer ou fazer compras quando está fora?
e isso é o que faz dona dilma tão próxima de nós.
ela precisa dar uma puladinha na cerca pra ter certeza de que não é uma política profissional como seus aliados o são.
ela precisa se sentir humana, frágil, com a certeza de que é merecedora de uma vida comum e simples, mesmo pagando a conta do restaurante com o dinheiro público como lhe é de direito.
não gosto da presidente mas gosto da dilma.
gosto porque ela é chulé como qualquer um de nós.

Orlando Pedroso

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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