A expressão é mais uma das invenções do salvador alternativo do Brasil, Sérgio Moro. Se o Mito, a quem prestou lealdade, não surtir ou surtar, o Anjo Caído pode resolver – como resolveu nas eleições e, após breve reinado no céu, caiu às profundas do inferno. O Anjo Caído inaugurou a falha metodológica na política brasileira.
Sérgio Moro, doutor em direito processual penal, cometeu a primeira falha metodológica como juiz da Lava Jato. Lembram o lance da ordem de chamada de testemunhas? (Deus me livre e guarde no usar a palavra oitiva.) Sempre foram chamadas primeiro as da acusação, depois as da defesa. Moro inverteu. Falha metodológica.
Ainda como juiz da Lava Jato, nosso doutor permitiu a divulgação do depoimento de Antonio Palocci, aquele que sujava a ficha de Lula. Exato durante as eleições, o que resultou decisivo na eleição de Jair Bolsonaro; que em seguida recompensou o juiz com ministério. Foi seu ensaio de transição da carreira judicial para a carreira política.
A última falha metodológica de Moro – com certeza não derradeira – envolveu um terceiro inocente. Perdão, terceira inocente, a advogada Beathrys Ricci, que assinou com ele trabalho sobre honorários de advogado pagos com dinheiro produto do crime. Onde Moro estava com a cabeça de entrar nessa? O desconfiômetro também falhou?
Outro advogado demonstrou que trecho de trabalho que publicara havia sido plagiado na obra conjunta de Moro/Beathrys. A doutora, como a corda que rebenta do lado mais fraco, teve que assumir a falha metodológica de não indicar a autoria. Hábil advogada, diz que foi falha acidental, tanto que 20 e tantos autores foram corretamente citados.
A gente aceita a falha metodológica da doutora Beathrys, nome que valoriza a criatividade onomástica brasileira. Como estudante talvez tenha alguma fez cometido a inocente falha metodológica da cola. Está sendo punida, não pelo plágio, mas pela companhia: não tinha que escrever e dar co-autoria para Sérgio Moro vitaminar seu/dele currículo.