Curitiba é um campo minado pelo bolsonarismo. No prédio em frente duas janelas com as bandeiras do Brasil. No vizinho do lado, idem. Mais adiante, a bandeira no mastro do prédio recém lançado. A bandeira está por tudo, verde e amarelo nos atacam por todos os lados. A caminho do Museu do Olho, casas de madeira dos anos 1950, caindo aos pedaços, o carrinho popular podre, trinta anos de uso, no varal a bandeira. Cruzei com quatro dessas. Claro que ao olhar para o alto dos prédios elas estão nas janelas, como a imensa que ocupa os dois andares do duplex de cobertura de frente para o Palácio Iguaçu.
O casal em bicicletas cruza na calçada, marido e mulher, com a camiseta da Seleção; atrás deles, também de bicicletas, os dois pentelhinhos, que não sabem o que é bandeira, o que é seleção, sabem o que é pai e mãe – e sabem mais ainda o que é o Mito, de quem nunca vão precisar para pagar as vacinas, o hospital e a escola, pois disso só precisam os parasitas da nação, os eleitores do Nove Dedos, cujo vermelho desapareceu da praça. Dou de cara com a amiga do grelo duro, doutora da Federal. Ela comenta: “racionalmente acho que vamos ganhar”. Santa inocência. O Brasil transita da bóstia para a bósnia.