Meia verdade basta

O vice presidente Hamilton Mourão em boa hora foi descartado por Bolsonaro. Não podia ficar no governo, um vice maior que o titular, o inteligente fazendo sombra ao imbecil. Daí porque foi descartado e saiu por cima elegendo-se senador. Fosse presidente, daria o golpe “dentro das quatro linhas”, como diria Bolsonaro. A inteligência de Mourão não tem o refinamento da de um Marco Maciel, o vice invisível e mudo que garantiu o governo FHC. Mas diante da aridez do deserto brasileiro, Mourão se sobressai.

Veja o último exemplo: ele chama de “estado de exceção” as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do TSE. Mas apoia o resultado das urnas, resultado do “estado de exceção”. Como o ministro presidente do TSE condicionou a revisão do resultado as urnas a um exame completo, incluído o primeiro turno, o vice presidente deu como consumado o resultado das urnas no segundo turno, admitindo como legítima a eleição de Lula. Porque a revisão do primeiro turno poderia comprometer sua eleição de senador.

Essa diferença, que nem chega a ser sutil, para sorte do senador eleito não será percebida por seus apoiadores, para quem ele apenas acena como um potencial adquirente dos salvados do incêndio de Jair Bolsonaro.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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