O ministro da Defesa, José Múcio, suaviza a contrariedade de Lula com a nomeação do ajudante de ordens de Bolsonaro para comando militar. Diz que Lula apenas pediu providências e que o comandante do Exército pediu “crédito de confiança” para resolver. A atitude firme de Lula passa por reescritura dos fatos: não mandou demitir, “pediu providências”. Maus auspícios.
O ex-ajudante de ordens continua comandante enquanto é investigado por operações suspeitas em favor de Jair Bolsonaro. Em português pretoriano significa que o governo teme os militares e não avança nas punições por atos durante o governo Bolsonaro e na Intentona de 8 de janeiro. Como dantes no quartel de Abrantes.
No interregno Bolsonaro, o capitão desatinado fazia de gato e sapato e demitia generais, como seu primeiro ministro da Defesa, e escrachava generais de seu gabinete. Algo diferente do trato usual de presidentes e militares, esta a realidade no governo Bolsonaro – por que este era militar, embora sem história respeitável? Bolsonaro fez diferença entre os militares.
Lula aparenta agir como mais um presidente civil, que governa com um olho no Congresso e outro no Forte Apache (a sede do ministério da Defesa). Lula e seu ministro da Defesa, o meigo José Múcio, adoçam a pílula prometendo aos militares o rearmamento das forças – que Bolsonaro jamais se mexeu para fazer. Porque ele mandava e os generais obedeciam sem reclamar.