Dos Regionais às Jazz Bands

Ao pesquisar os movimentos sócio-culturais ocorridos nas primeiras décadas do século XX, observa-se que as sociedades passam a vivenciar inovadoras experiências sociais, estéticas e tecnológicas. Com o surgimento dos meios de comunicação, como o fonograma, o rádio e o cinema, ocorre um intenso entrelaçamento cultural nos principais centros urbanos formatando alguns gêneros musicais que viriam a consagrar-se enquanto populares. Ao fazer uma investigação musicológica no Paraná, percebemos reflexos desse processo na música popular com ênfase nas práticas musicais realizadas por conjuntos regionais e jazz bands.

O grande fluxo migratório definiu o ambiente urbano tornando Curitiba local para músicos que integravam regionais de choro e seresta, jazz bands, fanfarras, conjuntos de câmara e orquestras. Muitos freqüentavam espaços como o Pavilhão Carlos Gomes, Teatro Hauer e Cine Teatro Mignon, a Sociedade Universal, o Clube Curitibano e o Cassino do Ahú. Foram objetos de estudo os acervos da Tupynamba Jazz band de Estefano João Giller, Regional dos Irmãos Otto de Stacho Otto, Curityba Jazz band, Os Camaradas de Francisco Pavelec, Regional Irmãos Todeschini/Tortato, Bloco Iguassu, Orchestra Jazz Elite, Bando Alegre, Oriente Jazz band de Jorge Vosgrau, Iris jazz band e Ideal Jazz band de José da Cruz.

Na montagem desse quebra-cabeça histórico, cada personagem reconhecido, local identificado e data registrada tornam-se uma pista para definir algumas características sócio-culturais da cena musical em Curitiba. Dos resultados obtidos, realizamos essa exposição, buscando com isto revelar a evidência de imaginários sonoros, tais como o jazz e o choro, delineando assim, dentro do contexto cultural urbano a rede de relações que constituiu a sociedade nesse período. Realização: Departamento de Eventos do Canal da Música. Produção de Luciana Monteiro.

Marilia Giller & Tiago Portella Otto

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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