Recebo com imensa expectativa as notícias de que o centrão fez por merecer mais ministérios no governo Lula.
Eu não deveria dizer, mas esse Arthur Lira, esse Rodrigo Pacheco botam a gente comovido como o diabo. Verdadeiros maestros capazes de reger as diferentes vozes que ressoam no plenário, visando afinação inequívoca com anseios sociais, projetos modernizantes e ideias de vanguarda. Tudo isso de maneira orgânica, alegre e espontânea —nada robótica.
Não podemos ser ingênuos e pensar que esse fenômeno acontece ao acaso. Tudo nasce da paixão que os partidos brasileiros nutrem pelo povo.
Toda organização partidária tem por escopo encontrar cidadãos e cidadãs que melhor vocalizam as demandas dos mais variados setores da sociedade brasileira. De maneira que os candidatos sempre se destacam quando conseguem conciliar duas qualidades: o trabalho de base que realizam em prol de suas comunidades e o poder de articulação de novas ideias que arejam e atualizam o jogo político.
São esses os candidatos que geralmente conseguem se destacar na meritocrática e transparente estrutura dos partidos políticos brasileiros. Angariam notoriedade por seus atos e projetos, logrando assim conquistar mais e mais eleitores.
Cada cidadão, bem informado, é capaz de fazer suas escolhas com independência. Todo brasileiro se lembra em quem votou para deputado estadual, federal e vereador, e cobra as promessas de campanha.
É um círculo virtuoso.
Foi esse modelo de organização partidária limpa e propositiva que fez com que brilhantes deputados emergissem. Ulysses Guimarães deve estar feliz ao ver lideranças públicas na Câmara dos Deputados com notável saber e conduta ilibada como Eduardo Cunha, Rodrigo Maia e Arthur Lira. O trabalho incansável desses três Reis Magos conseguiu, enfim, balancear de maneira saudável as forças do Legislativo e do Executivo.
Não duvido que as negociações do governo com o centrão se desenrolam em processo seletivo ininterrupto que busca as mentes mais brilhantes e aptas a exercer cargos nos ministérios e na máquina pública com autonomia. Desde que todos comunguem da afinação inequívoca com anseios sociais, projetos modernizantes e ideias de vanguarda.
Afinal, como dizem os comentaristas políticos, as instituições estão funcionando.