Aí, sou levado a concordar com Hélio Schwartsman, articulista da Folha de S.Paulo, para quem o capitão-presidente destaca-se como a figura de maior relevo no núcleo dos despreparados do governo, isto é, “sua ignorância em relação àquilo que assina indica que ele não tem muita ideia do que está fazendo”.
Além das ideias próprias, proclamadas durante a campanha eleitoral, o entorno do presidente não o ajuda muito. Aliás, só atrapalha. Aquela do ministro Onyx Lorenzoni – que tem nome de modelo de automóvel e sempre esteve envolvido no baixíssimo clero na Câmara dos Deputados e em alguns malfeitos que agora começam vir à luz – de promover a exoneração em massa do quadro funcional de seu ministério, em nome da “despetização”, foi de amargar. Ele apenas demonstrou não ter a mínima ideia do que seja a administração pública. Mal comparando, se fosse médico e tivesse diagnosticado um vírus na corrente sanguínea do paciente, teria matado o infeliz ao extrair-lhe o sangue até a última gota.
O mesmo Lorenzoni foi capaz de garantir, ao vivo e a cores, que “quanto mais armada a população, menor será a violência”. Onde terá s. exª. colhido essa pérola não se sabe. Sabe-se, porém, que os bandidos estão morrendo de medo. Ou de rir. Assim como os fabricantes de armas.
Historicamente, poder-se-ia tentar comprovar a afirmação do bem informado Onyx na Dodge City e na Tombstone de Wyatt Earp ou na Chicago de Capone. Mas parece que lá o resultado foi diferente. O mesmo se poderia dizer da América de Trump, ídolo do nosso comandante, onde se compra arma pelo correio ou no empório da esquina, e depois se chacina escolares, frequentadores de cultos religiosos, plateia de shows musicais ou simples transeuntes.
Posse ou porte de armas nunca garantiu a segurança de ninguém. Ao contrário, triplica o risco de o possuidor ou o portador ser ferido ou morto pela própria pistola. Mas vá querer que o capitão Bolsonaro, que viveu a vida toda com o dedo no gatilho, tenha consciência disso… Que o verde-oliva não lhe oblitere a mente e o horizonte.