(No dia desta foto, no Panta, contei a ele que fui procurado por uma médica carioca, autoridade em mastologia e, como ele, de origem árabe. Ela queria encomendar uma biografia do pai, já falecido, do qual muito se orgulhava.
O brimo tinha sido simplesmente o maior contrabandista do Rio de Janeiro, o Rei da Praça Mauá, nos anos 40,50 e 60, quando acabou o seu reinado – que tinha começado como contrabandista de cartas de baralho para os cassinos.
Todas às vezes, no tempo do rock’n’roll, que eu comprei uma calça Lee no Edifício Garcês, o trabalho sujo tinha sido do pai dela. Eu perguntei, preocupado: “Mas, não teremos problemas em apresentar seu pai como contraventor?” Um brilho invadiu os olhos da moça: “Nada. Pelo menos de ordem moral.
O escambo faz parte da cultura do meu povo. Se dependesse de nós não haveria débito automático, apenas caderninho.”
O Jamil encheu o peito e mandou essa: “Sabedoria, meu irmão. Desculpe, mas a cultura árabe é sabia.”)
Jamilzinho agora planeja passar uma boa temporada nas montanhas de Golan, seguindo o destino do seu povo.
Toninho Vaz