EDUARDO BOLSONARO, deputado, diplomata eventual e filho 03 do Mito, andou nos EUA e voltou com a ideia fixa aprimorada: incluir na Constituição o direito de portar armas. Assim, aberto e irrestrito como na constituição norte-americana, segunda emenda. Ouviu por alto, em meio às baforadas do cachimbo de Olavo de Carvalho, e não percebeu que a tal segunda emenda é de 1791, com a independência norte-americana ainda fresca e ameaçada pela Inglaterra, o poder colonial. De permeio, os EUA eram uma selva, de ocupação rarefeita e expondo os colonos a risco de vida.
Daí a justificação da emenda de portar armas. Que subsiste e resiste até hoje apesar dos constantes morticínios gratuitos resultantes do livre porte e aquisição de armas. Resiste sobretudo pela estabilidade da constituição dos EUA, uma virtude herdada dos ingleses e sua constituição. Brasileiro macaqueando a constituição norte-americana podia fazê-lo apenas Rui Barbosa, pois o Brasil era república recente e a teoria das constituições não tinha ainda assimilado a matriz sociológica de nela ser representada a sociedade. E a sociedade brasileira não precisa de armas, nunca precisou.