Nos últimos dias, Crusoé procurou psicólogos e psiquiatras para entender o comportamento do presidente à luz dessas ciências. Mesmo sem submeter o presidente a uma avaliação, o que é essencial para elaborar um diagnóstico preciso sobre qualquer paciente, os especialistas analisaram as atitudes e as declarações públicas do presidente (confira, mais abaixo, uma seleção delas) para delinear, digamos, a psiquê bolsonarista.
O que leva um líder de uma nação, democraticamente eleito, a negar fatos tão óbvios — e espalhar outros que são falsos –, a se eximir de suas responsabilidades, a transformar adversários políticos em inimigos figadais e a não ter empatia pela dor alheia? É tudo estratégia política ou há algum tipo de transtorno de personalidade a guiar as ações de Bolsonaro?
Os especialistas apontaram três características psíquicas marcantes no comportamento do presidente em público: 1) personalidade epiléptica, que envolve, por exemplo, explosividade, irritabilidade, mau humor e egocentrismo; 2) paranóia sistêmica, marcada pelo personalismo e por um senso de grandiosidade e uma espécie de síndrome de perseguição; e 3) um traço de perversão, caracterizado pelo prazer com a angústia ou com o sofrimento do outro. Na Psicologia, a perversão apresenta alguns elementos comuns com a psicopatia – hoje classificada como transtorno de personalidade antissocial, o TPA. Um deles é a agressividade. Mas estudiosos reputam aos psicopatas um comportamento menos impulsivo e mais ardiloso, ou calculista, com mais ação e menos declaração, algo que, segundo os especialistas, foge um pouco do comportamento conhecido de Bolsonaro.