A ala da bancada do PT mais crítica ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “tem engolido muito sapo”, na definição de uma importante liderança do partido na Câmara.
“Há quanto tempo você não vê a Gleisi criticá-lo?”, questiona o petista. Antes das bem-sucedidas votações de pautas econômicas no Congresso – arcabouço fiscal, PL do Carf e reforma tributária –, Haddad era alvo de críticas de colegas de partido de manhã, à tarde e à noite. Batiam por ver nele um possível candidato à sucessão de Lula em 2026.
O prestígio de Haddad, que já era grande com Lula, aumentou junto ao Centrão, em especial com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e com o mercado. Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (12) mostra que o ministro conta com o apoio de 65% dos agentes financeiros.
Antes do sucesso, as pancadas no ministro vinham especialmente da presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR), e dos deputados como Lindbergh Farias (PT-RJ) e Jilmar Tatto (PT-SP). Antes das aprovações das matérias, os parlamentares criticaram duramente a proposta do novo arcabouço.
O texto dividiu a bancada petista e só com a entrada do governo federal no jogo os deputados votaram unanimemente a favor. O Bastidor noticiou que o governo chegou a pedir explicitamente que deputados marcassem reuniões com o ministro para demonstrar apoio.
Mas, desde as sucessivas vitórias no Congresso, as críticas públicas ao ministro cessaram. A bancada petista abandonou os ataques a Haddad para bater exclusivamente no presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.