Perfis biodesagradáveis: Escarcéu Prendes

Militar que, sozinho, vale por uma tropa, inclusive os cavalos. Estrategista inovador, usa a retaguarda para atacar pelos flancos frontais. Por sua formação desumanista, galgou carreira veloz como um galgo. Orgulha-se de sua ascendência, que parece remontar ao elo perdido.

Um dos grandes pilares da prepotência atual, considera que a truculência já não é o que era, anda muito delicada ultimamente. Diante dos conflitos sociais e em meio aos embates urbanos, faz a farda ser um fardo para os subordinados. Para ele, a hierarquia é fundamental, desde que os superiores não tenham tanta superioridade, liberando os inferiores para ter toda a inferioridade possível. No comando, introduziu o conceito de ordens desordenadas. Sua tática é sua justificativa de ação: não tem tolerância com manifestantes porque são todos uns intoleráveis. Com algum laivo poético, diz que caserna e baderna rimam mas não têm solução. Admite que, se soldados e civis não tivessem tantos joelhos e cotovelos, haveria muito menos choques nas ruas. Convicto, se mostra não favorável ao uso da inteligência bruta, ao contrário da força bruta.

Enfim, é perfil para ser olhado de lado.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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