Escrita análógica

Em Sentinela do Nada e outros contos, uma edição caprichada da Confraria dos Bibliófilos do Brasil, de Brasília, presta-se uma homenagem ao contista e destacado critico de arte Harry Laus (1922-1992), catarinense de Tijucas. O autor tem história na cultura brasileira, tendo publicado artigos e ensaios em vários jornais e revistas – além de premiado pela ABL em 1959 pela coletânea de contos Os Incoerentes.

Nesta nova coletânea, sensivelmente ilustrada por Jayro Schmidt, temos uma seleta de dez contos de Laus, cuja narrativa revela um homem apaixonado pelas letras, autor que se derrama em estilo e dicção, como neste final de As horas de Zenão das Chagas, abordando a louca relação de um homem solitário com suas dezenas de relógios, marcadores do tempo, em vários estilos e tecnologia, mas sempre com dois ponteiros:

“Neste momento, para as pessoas que retornam do trabalho a suas casas, o grande relógio da igreja anuncia às seis horas: sobre o corpo de Zenão das Chagas desperta o mais antigo relógio da estante, inutilmente, porque, para ele, o tempo já desfez todos os elos.”

Edição especial com 501 exemplares numerados e assinados pelo ilustrador e pelo editor. Miolo com papel Pólen Bold, 90 gr e sobrecapa com

papel especial, 170 gr.

Toninho Vaz, de Santa Teresa.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
Esta entrada foi publicada em Sem categoria. Adicione o link permanente aos seus favoritos.
Compartilhe Facebook Twitter

Uma resposta a Escrita análógica

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.