Quem vê os jornais de hoje, bem diagramados, com uma exuberância de fotos, não faz idéia do esforço dos pioneiros da imprensa para manter suas publicações. Os clichês eram caros e difíceis. Havia um jornal do interior que possuia apenas um deles. Como estava desgastado pelo tempo e saia muito borrado, servia para tudo. Desde o Presidente da República até um flagrante de enchente. Só mudava de posição e de legenda. Era um tempo de muita criatividade.
Aqui em Curitiba contam que no antigo jornal O Dia, em certa ocasião, na hora do fechamento, ocorreu um crime no centro da cidade que foi manchete. Naquele tempo não havia essas facilidades de fotografia e fotolito. Impossibilitado de estampar o criminoso, o secretário não teve dúvidas. Colocou um enorme clichê do General Osório, “figura histórica, que empresta o nome à praça onde se deu o monstruoso assassinato”.