Depois de exatos trinta anos, eis que estou aqui novamente, na esquina da Mem de Sá com rua dos Inválidos, centro antigo da cidade. Eu estava casualmente procurando o endereço de um médico quando me percebi na esquina que, décadas atrás, freqüentava na companhia do meu amigo Manoel Wambier, conterrâneo de Ponta Grossa e editor-chefe na TV Bandeirantes, Rio, onde a gente trabalhava.
O cotovelo ficava encostado no balcão do Caldo Verde, cerveja gelada, torresmo, tremoços e, claro, um caldo verde na madrugada. O bar, de quinta categoria, ficava embaixo de um sobrado antigo onde funcionava o hotel das quengas. Diversão garantida à noite inteira, paraíso de solitários, notívagos e putanheiros. Pois bem, três décadas depois, bastou uma rápida observação para descobrir que não existe mais o Caldo Verde, a área foi ocupada por várias lojas de tintas e ferragens – mudando o perfil da freguesia – e o único vestígio do passado boêmio é o Bar das Quengas, que um empresário esperto abriu na famigerada esquina. O próximo passo é deslocar o franchise para SP, Vila Madalena: Bar das Quengas Cariocas.
Toninho Vaz, de Santa Teresa,
que também fez a foto.