Esquina do pecado

Depois de exatos trinta anos, eis que estou aqui novamente, na esquina da Mem de Sá com rua dos Inválidos, centro antigo da cidade. Eu estava casualmente procurando o endereço de um médico quando me percebi na esquina que, décadas atrás, freqüentava na companhia do meu amigo Manoel Wambier, conterrâneo de Ponta Grossa e editor-chefe na TV Bandeirantes, Rio, onde a gente trabalhava.

O cotovelo ficava encostado no balcão do Caldo Verde, cerveja gelada, torresmo, tremoços e, claro, um caldo verde na madrugada. O bar, de quinta categoria, ficava embaixo de um sobrado antigo onde funcionava o hotel das quengas. Diversão garantida à noite inteira, paraíso de solitários, notívagos e putanheiros. Pois bem, três décadas depois, bastou uma rápida observação para descobrir que não existe mais o Caldo Verde, a área foi ocupada por várias lojas de tintas e ferragens – mudando o perfil da freguesia – e o único vestígio do passado boêmio é o Bar das Quengas, que um empresário esperto abriu na famigerada esquina. O próximo passo é deslocar o franchise para SP, Vila Madalena: Bar das Quengas Cariocas.

Toninho Vaz, de Santa Teresa, que também fez a foto.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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