Rogério Distéfano – O Insulto Diário
“TODOS NÓS temos na vida, um caso, uma loura…” O primeiro verso da linda melodia de Dick Farney, cantor e pianista brasileiro dos anos 1950/80. Esteve aqui no Paiol, com sua voz aveludada, evocação de Bing Crosby, o cantor que ele conheceu nos EUA, onde tentou fazer carreira.
Música linda, confiram no You Tube. Ela continua: “Uma loura é um frasco de perfume, que evapora, é o aroma de uma pétala de flor”. Insisto: ouçam a música, ainda que não gostem da personagem desta crônica. Até para amá-la mais. Perdão pelo homófono intencional.
A canção de Dick Farney tem sido meu argumento e consolo ao preconceito contra as mulheres louras, de dizer que são burras, como na anedota infame da loura que ao saber que está grávida pergunta ao médico: “O senhor tem certeza de que o filho é meu?”.
As louras, as brasileiras, versões alvas das mulatas. Oh, a deslumbrante Ellen Rocche, primeiro vedete e hoje excelente atriz de novelas. “Espuma borbulhante de champanhe numa taça muito branca de cristal”, continua a melodia de Dick Farney.
Tanto fizemos, Dick na canção, eu no coração, pelas louras e vem a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, aos berros, no limiar da histeria, torturando o bom senso na ensandecida defesa do ex-presidente Lula.
Dirá o sapateiro de Apeles, enroscado na sandália, ‘ela é loura de farmácia’. Se for, Gleisi ofende louras e farmácias. Homenagem a Grace Kelly, registrada pelo tabelião japonês – Gleisi por Grace -, ofende a a loura seminal, etérea e eterna, mulher do príncipe de Mônaco.
Nossa Greici – como Lula a chamava no palanque – beija a sombra do sapo barbudo, para ela um príncipe. Sua tolices crescem diante de nossos olhos e ouvidos doloridos. Como isso de a ONU protestar por Lula, nossa loura é o oposto de “um sonho, um poema”, que Dick celebra na canção.