Estreia dia 06: Espetáculo Paranã une teatro e literatura com textos de Dalton Trevisan, Wilson Bueno e Domingos Pellegrini

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O espetáculo teatral PARANÃ estreia dia 06 de agosto trazendo para o palco a encenação de obras inéditas para o teatro, dos autores Dalton Trevisan, Wilson Bueno e Domingos Pellegrini. Idealizada por Nena Inoue com realização do Espaço Cênico, a montagem reúne atores e diretores de diferentes companhias teatrais. E, por ter este caráter de encontro, além dos textos inéditos para o teatro, bebe da fonte dos contadores de histórias, transpondo a linguagem literária para o teatro. O nome do espetáculo é Paranã, (do tupi guarani), que significa pará + nã = semelhante ao mar, reforçando a essência e significados paranaenses em todos os sentidos.A entrada é franca e os ingressos devem ser aquiridos antecipadamente na bilheteria do teatro.

“Dois Velhinhos”, “Ipês” e o “Grande Circo de Cavalinhos”, entre outros mini contos de Dalton Trevisan, “Mar Paraguayo” de Wilson Bueno e “O Encalhe dos 300”, de Domingos Pellegrini, estão em cenas independentes levadas ao palco por artistas que se revezam entre direção e atuação. Assinam a direção, Nadja Naira, Rafael Camargo e Nena Inoue e o elenco é formado pelos atores Silvia Monteiro, Ricardo Nolasco, Nena Inoue e Rafael Camargo.

Com Dalton Trevisan, autor paranaense e um dos mais premiados dentro e fora do Brasil, os textos escolhidos, contos curtos e mini contos, foram  extraídos de livros de distintas épocas, como “O Vampiro de Curitiba”, “99 Corruíras Nanicas”, “111 Ais”, ‘Desgracida”, até o mais recente “O Beijo na Nuca” e trazem o poder de concisão de nosso maior contista, um narrador que nunca “se mostra”.  A invenção sintática nunca é rebuscada, sempre econômica com cortes bruscos operados para revitalizar a fluidez da expressão coloquial, em frases intencionalmente tornadas estranhas.

Em “Mar Paraguayo”, além da homenagem ao autor Wilson Bueno, assassinado em 2010, a encenação coloca no palco o ineditismo da provocação da literatura que transpõe suas próprias fronteiras.  No fluxo de pensamento da protagonista, através da mescla do portunhol e do guarani, como propôs o autor, busca uma ―errância (no amplo sentido da palavra) e através dela, ―borrar todas as fronteiras, não só́ dos gêneros literários, mas também da simetria da linguagem. Mar Paraguayo, apesar do caldo de línguas, é exercício de linguagem que não esbarra na burocracia da gramática e onde não há burocracia, há arte e diversão, presentes tanto no jogo lingüístico quanto no universo kitsch da marafona, com seus trançados de tesões, dolores e boleros-canciones.

O Encalhe dos 300, de Pellegrini, faz parte da obra “O Homem Vermelho”, que deu ao autor seu primeiro Prêmio Jabuti. O texto traz a atmosfera e a memória histórico afetiva do contador de causos, do ator como narrador da história contada como um diário. São sete dias de chuva durante um engarrafamento, que se passam na década de 50, em que transitavam pelo Norte do Paraná inúmeros caminhões, carregando o café uma das maiores riquezas nacionais e madeira de desmatamento.  Resgata o paranaense pé vermelho, do norte do Paraná, e as estradas mal cuidadas, fazendo uma analogia entre esta brava gente e o encalhe.

Como continuidade do encontro entre teatro e literatura paranaense, o Espaço Cênico prepara para março de 2016, o “Curitiba Mostra”, que reunirá os coletivos teatrais, CiaSenhas, Companhia Brasileira, Selvátiva e Espaço Cênico e outros artistas da cidade.

Aberto ao público

ENSAIOS ABERTOS: Dias 03, 04 e 05 de agosto, voltado ao público interessado, compartilhando o processo de criação e montagem (dos atores, técnicos, direção cênica, figurinos, cenários, preparação vocal, entre outros…).

ENCONTRO COM O TEATRO PARANAENSE: Dia 09 de agosto, 16h. Encontro com o premiado iluminador Beto Bruel, para falar sobre a história do teatro paranaense.

LEITURAS PÚBLICAS: 16, 23, 30 de agosto e 06 de setembro (domingos às 16h)

Leituras de outros textos de autores paranaenses realizadas pela equipe componente do espetáculo e convidados. Serviço: 06 de agosto a 06 de setembro, quinta a domingo às 20h. Teatro Novelas Curitibanas – Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1.222 – São Francisco. Entrada franca. Informações: (41) 3321-3358.

Ficha Técnica:

Texto: DALTON TREVISAN, DOMINGOS PELLEGRINI E WILSON BUENO

Direção: NADJA NAIRA, NENA INOUE E RAFAEL CAMARGO

Elenco: NENA INOUE, RAFAEL CAMARGO, RICARDO NOLASCO e SILVIA MONTEIRO

Direção de texto: BABAYA

Iluminação: BETO BRUEL

Operação de luz: SEMY MONASTIER

Cenário:ALFREDO GOMES / RUY ALMEIDA

Figurino: RANIERI GONZALEZ

Trilha Sonora: LUIZ A. FERREIRA E RODRIGO BARROS DEL REY

Operação de som: LUIZ A. FERREIRA

Designer Grafico: MARTIN DE CASTRO

Assessoria de Imprensa: ANA CAROLINA CALDAS

Fotografia: MARCELO ALMEIDA

Assistência de Produção: NINA RIBAS

Produção: GABRIEL MACHADO / NENA INOUE

Idealização: NENA INOUE

Realização: ESPAÇO CÊNICO

 

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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