A avaliação do governo é que a ação da Polícia Federal para desmantelar a suposta rede de recrutamento do Hezbollah no Brasil foi importante para evitar seu eventual alastramento, mas que a ameaça terrorista propagada por Israel e pelos Estados Unidos foi superestimada.
Com base no que foi apresentado pela PF, os presos tinham contatos apenas iniciais. Ou seja, os agentes federais agiram no momento certo. Mas o que foi apresentado pelas autoridades israelenses e americanas a seus pares nas rodas internacionais fez parecer que o Hezbollah estava na iminência de cometer um atentado terrorista no Brasil. Segundo uma fonte do governo ligada à diplomacia, não era o caso —dado o que foi apurado até agora.
A postura tem causado um certo desconforto, diz a mesma fonte, porque a ação da PF se tornou adereço de propaganda em meio a uma guerra que o governo brasileiro já considera desproporcional contra o povo palestino.