Até a noite de terça-feira (4), a base do governo na Câmara calculava que o texto da reforma tributária, do relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), contava com o apoio de 250 a 260 deputados. Como se trata de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), são necessários no mínimo 308 votos.
Além dos votos de partidos de esquerda – com exceção do PSOL – a matéria conta com a maior parte dos votos do blocão formado por MBD, PSD, Republicanos e Podemos, segundo disse ao Bastidor um parlamentar do grupo.
O problema está em outro bloco, o maior da Câmara, que reúne o União Brasil, PP, Federação PSDB-Cidadania, PDT, PSB, Avante, Solidariedade e Patriota. É onde faltam votos.
Deputados do Centrão comentam a possibilidade de o texto da reforma tributária ficar para a próxima semana ou para agosto. Adiar para o segundo semestre é, para o governo e para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o pior dos cenários. “Se não for agora, esquece”, resumiu ao Bastidor um deputado envolvido nas discussões.
Durante toda a terça, governadores e prefeitos estiveram no Congresso para pressionar os deputados pelo adiamento da pauta. Ouviram de Lira que a PEC será apreciada no plenário após as aprovações do projeto de lei que reestabelece o voto de qualidade do Carf e do novo arcabouço fiscal.
O arcabouço fiscal é tido como o menor dos problemas. No caso do Carf, deputados do Centrão e da oposição consideram um erro a tramitação em regime de urgência porque impede que a reforma tributária avance. Há parlamentar que apoia o texto de Ribeiro, mas é contra as mudanças do Carf. “Entendemos que, com a reforma, não precisa votar o Carf”, disse um parlamentar da oposição.