Fiz meu comercial

ANITTA, a cantora, salta à frente dos holofotes de Taylor Swift para surfar na sede dada como causa da morte de fã da americana. Para a brasileira, devia ser obrigatório o fornecimento de água em todos os concertos. Nossa Madona in pectore não obsequia a informação se a exigência de água ela atende ou costuma atender em seus espetáculos. Mas isso não importa. O que importa é vir às redes e alimentar a imprensa e o público ignaro com a opinião oportunista, insuficiente e irresponsável.

Em favor de Anitta diga-se que outro espevitado e palpiteiro, o ministro Flávio Dino, convenientemente esquece de exigir do governo carioca a punição exemplar do assaltante que matou o garoto à saída do mesmo espetáculo em que morreu de sede a outra fã. Chico Anísio, que fazia humor com a sociologia do brasileiro, demonstrou no quadro em que seu personagem falava banalidades e, corrigido não perdia a pose e se desvencilhava do ridículo dizendo “pelo menos fiz meu comercial”.

Dino e Anitta fizeram seu comercial.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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