O ex-secretário municipal de Obras do Rio Alexandre Pinto foi preso na manhã desta terça-feira (23) numa nova fase da Operação Lava Jato no Rio. É a segunda vez que ele é detido em razão das investigações.
A Operação Mãos à Obra investiga propina nas obras do BRT Transbrasil, via inacabada da gestão Eduardo Paes (MDB) que ainda não foi concluída pelo governo Marcelo Crivella (PRB). O custo estimado é de R$ 1,4 bilhão.
As investigações apontaram que Pinto recebeu cerca de R$ 6 milhões em propinas por diversas obras no município para conservação de vias, como a Linha Vermelha e a Transoeste. As informações desta operação foram obtidas após a delação premiada do empresário Celso Junior, que gerenciava os recursos indevidos pagos ao ex-secretário municipal.
Além de Pinto, estão sendo cumpridos outros oito mandados de prisão. Agentes da Polícia Federal também cumprem 18 mandados de busca e apreensão. Outros alvos da operação são o ex-subsecretário Vagner de Castro Pereira e o doleiro Juan Bittlonch, suspeito de remeter para o exterior a propina obtida pelo grupo.
Junior mantinha contas no exterior em seu nome, mas tendo Pinto como real proprietário. Os valores ficaram depositados em contas em Mônaco e Uruguai.
A operação também tem como alvo Marcus Belchior, ex-secretário de Conservação da gestão Paes. Ele é suspeito de ter recebido R$ 250 mil em propina e foi intimado a depor.
Pinto já havia sido preso em agosto na Operação Rio 40 Graus, que investigou o pagamento de propina em obras prometidas para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Ele foi solto em novembro por ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Ele foi denunciado sob acusação de cobrar 1% sobre os contratos das obras da Transcarioca e de recuperação ambiental de rios de Jacarepaguá.
Ex-secretário de Obras da gestão Paes (2007-2016) na Prefeitura do Rio, esteve à frente da pasta desde 2009. Funcionário de carreira da prefeitura desde 1987, Pinto foi o responsável pela licitação das grandes obras realizadas na cidade na esteira da Olimpíada -à exceção da revitalização da região portuária.