Fotografia

Fotos inéditas de Vladimir Kozàk em exposição no Memorial de Curitiba

Fotos inéditas do documentarista Vladimir Kozàk, que por meio da fotografia e da cinematografia tornou-se um dos nomes mais importantes para o conhecimento da etnografia do índio do Brasil, estão em exposição no mezanino do Memorial de Curitiba. A mostra, que permanece aberta ao público até o dia 15 de julho, foi organizada pelo fotógrafo, psicanalista e pesquisador Paulo Soares Koehler.

Para a exposição, efetivada por meio da Lei de Incentivo à Cultura de Curitiba, Koehler selecionou 14 negativos que retratam aspectos da colônia alemã de Witmarsum (Palmeira – PR), e 16 negativos referentes a fotos de casamento realizado na colonia italiana de Santa Felicidade, em Curitiba, eventos captados na década de 1960. As obras integram o material doado para o Museu Paranaense, responsável pela proteção do acervo de Kozàk – constituído por mais de 20 mil registros, entre fotografias, filmes cinematográficos, desenhos, pinturas e objetos etnográficos –, em razão de o documentarista, falecido em 1979, não ter deixado herdeiros.

Os negativos foram restaurados, digitalizados e impressos na técnica de jato de tinta fine art, certificada para longa duração, em papel Hahnemuhle 308. “Com esta iniciativa, pretendemos resgatar uma amostra da obra fotográfica de Kozàk, pois seus registros fotográficos eram originalmente feitos para ilustrar trabalhos próprios ou de terceiros. Tais registros  requeriam a seleção de poucas impressões, mantendo a maioria de suas fotos sem revelação”, explica Koehler.

Com a divulgação desse acervo de imagens em forma de negativos, Koehler contribui para que a obra de Kozàk torne-se conhecida do público, além de ser fonte de pesquisa para cineastas, antropólogos, geógrafos, biólogos e historiadores.

O documentarista – Vladimir Kozàk nasceu em 19 de abril de 1897, na Tchecoslováquia.  Formado em eletrotécnica, produziu obras em desenho e pintura , mas foi na fotografia e cinematografia que desenvolveu seus melhores trabalhos. Veio residir no Brasil em 1924, fixando-se no Paraná em 1938. Em 1947, passou a ser colaborador voluntário do Museu Paranaense, e, como diretor da seção de Cinema Educativo, realizou viagens ao litoral e interior do Paraná para fotografar e realizar filmagems em preto e branco.

Nos anos 1950 e 1960, aposentado e contratado como técnico em fotocinematografia pela Universidade Federal do Paraná, viajou ao Mato Grosso, Goiás e Maranhão, produzindo registros em desenho, pintura, fotografia e cinematografia. Ainda na universidade, colaborou com trabalhos de fimagens e fotografias ao lado dos professores Loureiro Fernandes e Igor Shimit, do Departamento de Antropologia, e Altiva Pilati, do Departamento de História. Também trabalhou com o professor Oldemar Blasi, no Museu Paranaense. Kozàk morreu em 3 de janeiro de 1979, em Curitiba, reconhecido como um dos mais notáveis documentaristas da etnografia brasileira.

Serviço: Exposição “Fotos Inéditas de Vladimir Kozàk”, organizada por Paulo Soares Koehler. Local: Mezanino do Memorial de Curitiba (Rua Claudino dos Santos, 79 – Setor Histórico). Data: até o dia 15 de julho de 2012. Horário de visitação: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h; sábados e domingos, das 9h às 15h. Entrada franca Agendamento para visitas monitoradas: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h, pelo telefone (41) 3321-3328.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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