Fotografias da bailarina Rita Pavão enriquecem acervo do Teatro Guaíra

Foto de Luciana Petrelli.

Um acervo fotográfico sobre a bailarina e coreógrafa Rita Pavão foi doado ao setor de Preservação e Memória do Centro Cultural Teatro Guaíra. São grandes ampliações de fotos que foram utilizadas numa exposição, realizada em abril deste ano e que homenageou a bailarina e professora. O material foi doado pelo fotógrafo Reginaldo Fernandes e é composto de material produzido por alguns dos fotógrafos mais conhecidos do Paraná: Alberto Viana, Júlio Covello, Karin van der Broock, Luciana Petrelli e o próprio Reginaldo Fernandes.

“A doação revela desprendimento ímpar nesta área, enriquece o acervo histórico da cultura do Paraná e disponibiliza um material de excelente qualidade sobre Rita Pavão, uma das figuras mais importantes da dança local”, avalia superintendente da Centro Cultura Teatro Guaíra. “O material está sendo devidamente catalogado e poderá servir a futuras exposições.”

Teatro Guaíra abre sessão extra do balé Romeu e Julieta. Nascida em 1953, Rita de Cássia Pavão tornou-se ao longos dos anos um dos nomes de maior expressão da dança moderna no Paraná. Iniciou seus estudos de balé aos cinco anos de idade, recebendo o apoio de seus pais que eram profissionais da área de Ciências Exatas. O pai era engenheiro e a mãe catedrática em

Estatística.

Rita

estudou dança na Universidade de San Diego, por seis anos, bacharelando-se em Belas Artes em Dança Moderna e Coreografia, na School of Performing Arts da United States International University. Nesse período, voltou a Curitiba, em 1977, e montou o grupo Esphera. Em 1977, coreografou para o Balé Teatro Guaíra os espetácilos C.B. On The Rock (música de Stuparik) e Let It Be. No ano seguinte, voltou aos Estados Unidos para concluir o mestrado.

Na década de 80, Rita Pavão criou um estúdio de dança moderna que levava seu próprio nome. Foi uma das academias mais conhecidas de Curitiba, em função das novidades que apresentava em dança e pela freqüência de alunos das classes mais abastadas. O Studio Rita Pavão foi criado em 1981, fase mais atuante da carreira da bailarina, quando montou e apresentou diversos espetáculos na cidade. Rita ficou conhecida pelo seu pioneirismo na dança moderna do Paraná e como profissional com atuação definitiva para a difusão do gênero.

Em 1982 montou um grupo que reuniu não só bailarinos mas também atores, músicos, cantores e artistas plásticos: a União de Artistas Independentes Contemporâneos (Uaic), que tinha suas atividades voltadas para a pesquisa, dança e para o teatro experimental. Associou-se posteriormente ao bailarino Hugo Dellavale e voltou seus trabalhos ao balé clássico. Passou a dedicar-se ao aprimoramento acadêmico, cuja preocupação central era ligar dança à consciência corporal.

Nos últimos tempos de sua vida, desenvolveu um trabalho teatral e coreográfico no Espaço Cultural Glasser e dividia o seu tempo entre Curitiba e São Paulo, onde fazia novo pós-graduação. Rita Pavão faleceu em

Curitiba, no dia 1º de agosto de 2006.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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