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Histórias heterogêneas, mas ligadas, de alguma forma, pela constante presença de Curitiba. Uma cidade aqui repleta de mistério e estranheza. Personagem e cenário, ela revela, nos contos de MINDA-AU, lembranças e anseios de Marcio Renato dos Santos. Estréia na ficção do jornalista curitibano, o livro possui grande carga autobiográfica. “Minda-Au, contam o meu pai Luiz e a minha mãe Júlia, foi a primeira, talvez a segunda, no máximo a terceira palavra que falei. A tradução que encontrei para um dromedário de um quadro de minha avó”, revela o autor.
O livro abre com Sub, história de Edward, morador de rua. Por alguma razão não especificada, ele perde trabalho e família, e faz das ruas da cidade sua nova casa. Já A guitarra de Jerez trata de um violão feito na cidade homônima, sul da Espanha, e que, supostamente, carrega consigo uma maldição: todos os que tocam o instrumento, acabam morrendo. Em O espírito da floresta, Marisa é influenciada pela existência de certo espírito pertencente a um tempo em que tudo era apenas mata.
No conto De teletransporte nº 2, o narrador descreve um sonho, onde passa de uma situação a outra sem a menor lógica aparente. Em Os homens sem alma, é a vez do narrador dar um tratamento poético ao conto, estruturado exclusivamente em parágrafos curtos. Pra quem busca uma nova vida fala de um homem de Curitiba, que tenta a vida em Porto Alegre. Mas após cinco meses, retorna à sua cidade natal, pois não conseguiu nenhum emprego, nem nenhum amigo. O último conto do livro é Ali, agora e fala de um rapaz em formação, e de sua relação com seu mestre, que acaba morrendo, vitimado por câncer.
Marcio aqui cria um universo feito a partir da linguagem, onde o importante é a expressão. Forte e contemporâneo, MINDA-AU reúne textos que retratam a realidade do Brasil de hoje, onde a miséria, o desemprego e o desespero diante da falta de perspectivas se misturam com a esperança por um futuro melhor e a alegria de amar

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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