I wanna to go Back to Paiol

Fotos Divulgação

O músico pernambucano Paulo Diniz é o convidado de honra da banda Maxixe Machine nesta sexta-feira e sábado, dias 29 e 30, às 21 horas, no Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/nº). Na ocasião eles vão apresentar o show I wanna to go Back to Paiol que vai estabelecer uma conexão musical entre os músicos de Curitiba e o compositor do megahit “Eu quero voltar pra Bahia/I Want to Go Back to Bahia”. O artista é considerado um dos pioneiros do soul brasileiro e responsável pelo movimento “Black Rio”, além de se tornar conhecido nacionalmente por ter musicado o poema “E Agora, José”, de Carlos Drummond de Andrade.

Rodrigo Barros, vocalista e guitarrista da banda Maxixe Machine, conta que a ideia desse show surgiu ano passado quando resolveram participar do edital da Fundação Cultural de Curitiba e trazer para Curitiba um nome relevante da música brasileira. “Entre as várias possibilidades discutimos a importância de convidar um representante da geração de 70. O nome de Paulo Diniz foi uma unanimidade para esse projeto no Paiol. Todos nós já conhecíamos aquelas músicas sensacionais do antigo compositor que nunca se apresentou em Curitiba. Contamos, ainda, com a fina colaboração e o auxílio luxuoso do produtor, maestro e pianista Therciano Albuquerque, músico da cidade que faz sucesso como instrumentista no Rio de Janeiro, que fará a parte dos pianos e órgãos”, adianta.

Ferreira, também vocalista e violonista do Maxixe, diz que inicialmente houve a preocupação do público desconhecer “Quem é esse tal de Paulo Diniz ?”. Mas a vontade de dividir o palco com o músico que morou no famoso Solar da Fossa junto com Paulo Leminski no final da década de 60 no Rio de Janeiro desfez qualquer hesitação. “Pois é, o Paulo Diniz está vivo, com setenta e um anos e mais de meio século de carreira artística. Tem gente que não se lembra dele, mas, certamente, conhece um dos seus vários sucessos como compositor e cantor, principalmente de seu maior hit I Want to Go Back to Bahia que fez em homenagem a Caetano Veloso, então exilado em Londres”.

Paulo Diniz

O pernambucano Paulo Diniz é um dos grandes nomes que fizeram a ponte entre a black music e as raízes brasileiras, no seu caso o coco e o samba. No álbum E agora, José? (Odeon, 1973) ele musicou o poema homônimo de Carlos Drummond de Andrade, recebeu uma carta elogiosa do poeta que não conseguia mais ler o poema sem cantar a música. Considerado pela crítica especializada um dos melhores tradutores da soul music brasileira, o artista fez parte de uma casta de nobres que transformou o Rio de Janeiro na capital da música negra nos anos 1970. Ao lado do paraibano Cassiano, do baiano Hyldon e da banda Black Rio, produziu hits que tomaram conta do país.

O músico começou a carreira trabalhando como crooner e baterista de cabarés. Em 1964, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Também trabalhou como locutor na Rádio Tupi em substituição ao radialista Paulo Porto. Durante algum tempo, foi locutor esportivo. Nesse período, enveredou pela Jovem Guarda, cantando iê-iê-iê. Em 1966, gravou pela Copacabana seu primeiro disco. Em 1967, foi morar no Solar da Fossa, onde conviveu com Paulo Leminski, Paulinho da Viola, Caetano Veloso e outros artistas.

Aos 71 anos, completados em janeiro, Paulo Diniz chega pela primeira vez à Curitiba para relembrar alguns dos seus sucessos como “Um chopp pra distrair” (um ícone da música negra do anos 70 no Brasil), “Pingos de amor” e “E agora José?” no palco do Paiol.

Mesmo com dificuldade de locomoção – resultado de uma inflamação na medula que deixou sua perna paralisada – Paulo Diniz não esmorece: “Continuo caminhando sem fazer estardalhaço. Estou vivo, muito bem aceito. Viajo para todo o canto. Claro que não trabalho tanto quanto antigamente, mas estou feliz, fazendo o que gosto”.

A Maxixe Machine tem na sua formação Rodrigo Barros (voz e guitarra), Alberto Lins (baixo), Walmor Góes (violão solo e voz), Rodrigo Genaro (bateria e percussão) e Luiz Ferreira (cavaquinho, violão nylon e voz). “Essa apresentação é garantia de uma ótima homenagem a um compositor que justamente merece. Vamos dar as flores em vida”, finaliza Barros.

Serviço: I wanna to go Back to Paiol Show com o músico e compositor pernambucano Paulo Diniz e a banda Maxixe Machine, com a participação do pianista Therciano Albuquerque. Sexta-feira e sábado, dias 29 e 30, às 21 horas no Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/nº). Ingressos R$15 e R$7 (meia entrada). Informações: (41) 3213-1340. Classificação: Livre. Na sexta-feira, dia 29, às 17 horas, haverá um bate-papo musical com Paulo Diniz no Conservatório de Música Brasileira (R. Mateus Leme esquina com Treze de Maio).

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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