A “volta do mecanismo”, como diz a Crusoé, oferece a garantia de impunidade. O caso do advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, é exemplar.
“Desde agosto do ano passado, quando Crusoé revelou que um relatório de inteligência produzido pelo mesmo Coaf apontava pagamentos de 9,8 milhões de reais feitos pela JBS a Wassef, o ex-defensor do presidente e do senador Flávio Bolsonaro passou a circular por Brasília advogando em causa própria. A amizade com magistrados das cortes superiores, a influência que ainda exerce sobre quem ocupa o Palácio do Planalto e escolhe integrantes para os postos mais altos do Judiciário e, claro, a atual conjuntura política pró-impunidade, que nesta semana resultou na extinção da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba após sete anos, bem como na eleição de um réu por corrupção à presidência da Câmara — tudo isso rendeu a Wassef uma vitória sui generis no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Por unanimidade, a Terceira Turma da corte anulou o relatório do Coaf sobre Wassef e trancou o inquérito sobre a relação dele com a JBS, acolhendo a tese de que foi a produção do relatório que se deu de ‘forma atípica’, e não as movimentações financeiras de Wassef.”
E há muito mais do que isso.