Ingratidão, essa quimera

O PRESIDENTE critica o ministro Alexandre de Moraes pela liminar contra a posse de Alexandre Ramagem na direção da PF. Diz que Moraes chegou ao STF por “amizade” com Michel Temer. Não foi amizade, foi gratidão. O ministro era secretário da Segurança de S. Paulo quando vazaram nudes da primeira-dama, Marcela. Conduziu a investigação em tempo recorde e sumiu com os nudes (será que contemplou “bela, recatada e do lar” em trajes de vênus calipígia?). Como prêmio, Moraes acabou nomeado ministro da Justiça por Temer, presidente e marido agradecido.

MORAES foi nomeado por gratidão, virtude que Jair Bolsonaro desconhece. Bolsonaro também é desleal na amizade, vide Bebianno, Santos Cruz, Mandetta e Moro. Deles recebeu amizade leal, que pagou com deslealdade e ingratidão. Esquece que os ministros do STF sempre foram escolhidos pela amizade ou pela gratidão dos presidentes. Alguns continuam amigos leais e gratos ao presidente; outros sentem o peso da toga e se transformam em juízes de nascença. Se amizade é problema, então que Bolsonaro mande Sérgio Moro para o STF.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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