Jair Bolsonaro acusa de ‘kamikaze‘ a estratégia de defesa do advogado de seu ajudante de ordens no caso da venda das joias sauditas: que o coronel Mauro Cid apenas cumpria ordens. Como o coronel só tinha um superior hierárquico, as ordens vieram do presidente da República. Os kamikases eram os pilotos japoneses da II Guerra Mundial, que morriam jogando seus aviões sobre os navios inimigos. E como Bolsonaro não é a faca mais afiada no faqueiro, sugere que o inimigo do piloto Mauro Cid era ele, Bolsonaro, o navio inimigo.
Imagem sugestiva, que revela o alcance da inteligência de Jair Bolsonaro, que compara a bravura e a honra dos japoneses com a covardia do coronel que se safa acusando o capitão que fazia um general, um coronel e um almirante agirem como contrabandistas e receptadores. Mauro Cid não tem a honra nem a bravura dos kamikazes. Só Getúlio Vargas teve a honra e a bravura que faltam a Jair Bolsonaro e a Mauro Cid, a de lavá-la com o próprio sangue. Mas falta aqui o pressuposto da honra, essa virtude escassa nos políticos.