O apagão de dados sobre a expansão de infecções pela variante ômicron, no Brasil, deixa técnicos e cientistas da OMS (Organização Mundial da Saúde) alarmados. A agência com sede em Genebra teme que, sem um controle e mapeamento da dimensão das contaminações pela variante, o Brasil possa entrar em uma nova fase de turbulência em relação à crise sanitária, com um impacto ainda nos países vizinhos.
De acordo com a OMS, na semana que foi concluída em 2 de janeiro de 2022, o mundo registrou uma taxa recorde de 9,5 milhões de casos de covid-19. Inédito, o número deve ser superado pelos registros já obtidos na semana que terminou neste fim de semana.
O problema, porém, é que o caso brasileiro acendeu um sinal de alerta na OMS e passou a ser usado internamente por alguns dos técnicos como “exemplo” de país onde o apagão está impedindo que o mundo tenha, de fato, uma percepção real da nova onda da covid-19.
“Há uma sensação de que o Brasil está voando no escuro”, alertou um dos cientistas na OMS, que pediu anonimato.
Jamil Chade