Parece que bateu o desespero em funcionários da TV Brasil, que teve o fechamento anunciado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. Espero que ele não volte atrás também nessa decisão. A TV Brasil nem teria sido criada se não fosse a necessidade do governo petista ter mais um cabide de emprego para amaciar sua relação com jornalistas, a classe intelectual e também com os artistas. Não se engane com a indignação geral no meio intelectual e artístico com Bolsonaro. O capitão de fato não é fácil, mas no geral, a motivação da histeria esquerdista é o temor do desemprego e da falta de esquemas para se beneficiarem, que é algo sempre ruim, mas fica ainda pior numa situação como a de agora, com as empresas da área de comunicação em estado de falência.
Correu muito dinheiro entre a esquerda durante o período petista no Governo Federal. Além de muita verba no meio cultural, teve uma dinheirama para a criação de um esquema governista de comunicação. Mas acontece que as enormes verbas não tiveram aproveitamento na criação de projetos sustentáveis, com sucesso de público e credibilidade. Eram meros panfletos eletrônicos, de bajulação do projeto petista de poder e ataques politiqueiros a adversários do partido do Lula ou a qualquer um que ousasse discordar da desonestidade e da incompetência desses incapazes que não sabiam nem roubar. Teve blog da internet que chegou a receber 1 milhão de reais por ano, mas sumiu tudo logo que a chave do cofre mudou de mãos com a entrada de Michel Temer. Onde foi parar tanta grana? Está aí uma pergunta cuja resposta seria lucrativa aos cofres públicos.
Com a TV Brasil, que logo na sua criação em 2007 recebeu o apelido de “TV Lula”, foi o mesmo procedimento improdutivo, de não usar a estrutura e verbas para criar gradativamente uma emissora com sustentação na qualidade e na credibilidade. Nenhum programa chega ao traço de audiência. Não deixará saudades, a não ser como instrumento para fortalecer o lulopetismo, ofertando programas para figuras que emprestaram seu nome em apoio ao PT, especialmente na defesa de suas lideranças e do chefão, atualmente preso por corrupção e lavagem de dinheiro em Curitiba e prestes a receber novas condenações da Justiça.
Com a divulgação da intenção de Bolsonaro do fechamento da emissora, muitos estão se mexendo na tentativa de encontrar outra colocação no governo ou de evitar que seja cumprida a determinação. O site O Antagonista noticiou que está havendo lobby até junto ao presidente Temer e sua equipe, além evidentemente da pressão ser feita com qualquer personalidade que possa interferir em favor da continuidade da emissora.
O mais engraçado foi uma articulação da última semana para tentar puxar o cantor Lobão para o lado dos funcionários. Ou melhor, a articulação furou porque, segundo o jornal O Globo, servidores da EBC perderam muito tempo debatendo se valeria a pena tentar o apoio do roqueiro, que estava em uma rádio da estatal lançando um livro e CD. Quando por fim decidiram pedir a declaração, Lobão já tinha ido embora. É a crise política brasileira, companheiros. Falta liderança e determinação até na hora do sufoco.