Pelo jeito, o deputado Flavio Bolsonaro apreciava o trabalho dos Queiroz. Nathalia já foi de seu gabinete, além da mulher de Fabrício, Márcia Oliveira de Aguiar, e outra filha dele, Evelyn Melo de Queiroz. Nathalia saiu da Alerj no Rio para ser nomeada por Jair Bolsonaro em 2016 como secretária parlamentar na Câmara dos Deputados. Ficou até outubro deste ano, no exato dia em que o pai dela foi também exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Outra coincidência interessante neste enredo com tantos inocentes é que as exonerações ocorreram dois dias antes do Ministério Público solicitar à Justiça autorização para a Operação Furna da Onça, que chegou até as suspeitas movimentações financeiras na Assembleia carioca.
Até agora sabe-se que Fabrício José Carlos Queiroz movimentou com a filha o valor total de R$ 84 mil, depósitos e saques no período em que ela trabalhava para Jair Bolsonaro. Mesmo que não seja comprovada nenhuma ilegalidade da parte do presidente eleito, de qualquer forma essas revelações abalam sua imagem. Fica evidente seu nível medíocre como parlamentar, baixeza política estendida ao filho deputado, agora senador eleito. As encrencas se acumulam para Flávio. O Jornal Nacional já havia descoberto que os depósitos para seu assessor coincidem com o dia de pagamento dos salários na Alerj. E nesta quarta-feira deram a notícia de que uma outra pessoa em cargo nomeado por ele passou metade do tempo fora do Brasil.
Tantas complicações vão fazer Jair Bolsonaro subir a rampa do Palácio do Planalto com a imagem gravemente afetada. O chamado “mito” não sobe com ele. Essa má qualidade política não é novidade para quem acompanha a política de perto. Dava para saber dos péssimos hábitos políticos do presidente eleito enquanto ele seguia carreira como deputado do baixo clero em Brasília. Mas tanta história mal contada deve estar fazendo muita gente passar vergonha depois de comprar brigas com amigos, conhecidos e nas redes sociais, defendendo o presidente como alguém que estava fora da chamada “velha política”.