O bordel L’Apollonide está vivendo seus últimos dias de funcionamento no início do século 20. Mas é neste mundo reservado que muitos homens se apaixonam e se entregam, tornando-se muitas vezes dependentes das “companheiras”, com quem dividem seus segredos, medos, dores e, claro, o prazer. Direção de Bertrand Bonello, 2001, França.
“Não devia fazer nada de mau gosto, advertiu a mulher da pousada ao ancião Eguchi. Não devia colocar o dedo na boca da mulher adormecida nem tentar nada parecido”, diz o japonês Yazunari Kawabata, vencedor do Prêmio Nobel, na obra A Casa das Belas Adormecidas. O trecho aparece na epígrafe de Memória de Minhas Putas Tristes, um dos mais belos livros de Gabriel García Márquez. As duas obras possuem uma ligação muito interessante com L’Apollonide – Os Amores da Casa de Tolerância, principalmente pela forma delicada e sensível com que tratam jovens que ganham a vida se prostituindo.
Lucas Salgado