Leia-se!

Editora Gênese, 2005.

Minha primeira impressão do Malvados foi: legal, meio perturbador, com falinhas ferinas voando rápidas entre os dois dóis-flor, flores-de-sol. Uns tempos depois uma amiga me falou dele como se fosse alguém que lembrava muito o que eu faço, e aí fiquei estranho, porque essa história de comentarem que o trabalho de alguém (mais jovem) parece o seu tem dois lados – deixa envaidecido, de ser o fodão, que cria escola e acontece. E também o apavoro (vão me ultrapassar, etc.
Malvados tem as vantagens de yter um desenho simples, prático, não atrapalha o verbo (antes, ressalta), que prtecisa comer solto. Mas tem algo mais. Fico pensando numa expressão bem anos 70: “nervo exposto”. Não que seja o caso do André.
Exposto é, por exemplo, só pra explicar, o Cazuza. As letras dele “são” o próprio autor. Ele está ali, auto-personagem. Mas onde está Wally? Onde está o André Dhamer? No meio das situações, insultos sarcasmos, ridículos, viagens, no meio de toda essa expressão difícil e agressiva, onde os personagens mantêm umas caracteristicazinhas básicas, como um par de clowns, mas transmorfam o tempo todo, papéis, geografia, sexo, classe.
Saco, eu jurei que não ia ficar tentando essas merdas. Agora já foi. O André está lá no meio, como está lá atrás desse jogo complicado e desafiador. Não sei se eu sou assim, mas me sinto atraído por gente assim.
Laerte.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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