Estão reunidos aqui 22 contos escritos por Enéas Lour no período entre 1989 e 2009. Tal coletânea é o resultado do trabalho de pesquisa do autor sobre a linguagem popular e regionalista e tem o foco no homem comum. Talvez por ter o autor sua trajetória ligada à dramaturgia “TRISTESCONTOS” tem o melodrama como base estrutural a permear suas personagens. Tal estrutura de composição temática se destina a dar realce a uma pantomima e comentar o comportamento “cênico” de suas personagens. A experiência profissional do autor como dramaturgo é também fundamental para emprestar aos contos a linguagem dinâmica e a fluidez que o diálogo encenado no palco exige. São, assim, estes contos, estudos de composições que buscam o ritmo da oralidade do popularesco.
Em 2010, a Fundação Cultural empreendeu uma nova missão: transformar Curitiba numa cidade leitora. Porque se existir um leitor para cada livro escrito, a história do mundo é uma; se existirem milhares ou milhões, será totalmente diferente. Os livros são uma viagem fascinante. Ler em silêncio, ler no ônibus, ler no banheiro, ler na biblioteca, ler no parque – cada um tem a sua preferência; não importa o lugar, mas o que se tem à mão. Para dar conta desse desafio, concebemos o programa Curitiba Lê, um conjunto de ações que visam aproximar livros e leitores.
São Casas da Leitura, Estações da Leitura, Biblioparques, Bondinho da Leitura – estruturas físicas que oferecem a empréstimo obras da literatura local, nacional e universal. A esta rede soma-se um conjunto de atividades intelectuais ligadas ao fomento, difusão e formação de leitores: rodas de leitura, oficinas de criação literária, ciclos e laboratórios, cursos e contação de histórias. Mas não há como investir no ato de ler sem investir também no ato de escrever. Uma coisa não pode existir sem a outra.
Assim a Coleção Cidade de Curitiba, viabilizada com recursos do Fundo Municipal da Cultura, completa este ciclo, estabelecendo também as bases para uma trajetória de publicações em literatura. Poesia, romance e contos compõem esta primeira edição. São quatro novos títulos que reforçam a premissa de que livros são eternos. Resistem às fogueiras, às censuras, ao tempo e, por que não, à tecnologia.
Paulino Viapiana Presidente da Fundação Cultural de Curitiba