José Galas, poeta de danças e andanças, que canta mulheres, ironias e insônia, tece seu primeiro livro de poesias. A pena do poeta garimpa o universal no rústico, nos sabores, cheiros, objetos e personagens do sertão/mar de um oriente mítico e em paisagens literárias. Em “Laços Fora”, o poeta define o seu traço conterrâneo só de vez em quando.
Por vezes, mudo e afiando facas como como um turco; outras sentado a passeio no arreio, de espora e gibão. Ora à deriva no banzeiros das águas. Tudo isso enquanto observa e sorve minissaias que passam em sua frente com as palavras e formas de fora. Este piauiense de escrita visceral viaja por uma linha nem um pouco firme, entre o ledo engano e os pioneiros, escrita de quem já leu Leminski, Bukowski, Ezra Pound e foi mais uma das vítimas das cores do Tropicalismo.
Papo de papiro
De pés juntos
duvidei de Moisés
para o resto dos mandamentos.
Sujeito ditoso
copiou os antigos
e tocou fogo nos dissidentes;
Baco e seu tempo
Krishna e seu campo.