Leia-se!

Uma das Graças que obtemos quando seguimos pelos caminhos do Santiago é a de ver o mundo com humor poético. A outra é a de olhar para o que não víamos, perceber o que não enxergávamos. Sempre um outro sentido nas coisas óbvias. Ele usa, com aparente displicência, o traço simples e cristalino, contornando de esclarecimentos a realidade, e, depois de nos magnetizar com a sua clareza, ele nos surpreende com a ampliação de um detalhe onde se revela o Todo.

Há um sorriso permanente em sua visão. Nada é gratuito. Há crítica e lucidez para que não nos percamos quando seguimos os seus caminhos. Ao final e ao cabo, quando chegamos na outra ponta, nos sentimos mais inteligentes, parece que enxergamos mais longe, ficamos mais perto da clarividência.

São trinta anos de andanças por caminhos nunca dantes navegados, porque a cabeça do Santiago nunca passa pelo mesmo lugar do mesmo jeito. Sempre teremos uma nova versão da mesma coisa, como se a realidade fosse uma cebola ardendo os olhos à medida que nos aproximamos dela. Enfim, seguir os caminhos do Santiago é uma divertida Revelação.

Cláudio Levitan

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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