O ex-deputado Jean Wyllys destoa do novo governo, ignora o zeitgeist atual. Sua atitude bélica e histriônica contra o governador do Rio Grande do Sul é datada, ficou em 2022, junto com arruaceiros que hostilizam ministros em aeroportos. A vitória de Lula, amparada por um espectro político plural, foi um sinal importante de que os verdadeiros democratas entenderam que o tempo é de diálogo.
Wyllys prefere o caminho do antagonismo agressivo, comportamento típico de radicais, observado numa parte embolorada da esquerda e abraçado com louvor pelo bolsonarismo. Segue o modelo de gente odiosa, como o deputado Nikolas Ferreira, que ataca e esperneia, incapaz de se relacionar com adversários políticos.
A eleição de 2022 não foi apenas uma resposta pela democracia, mas também pela civilidade contra a barbárie que havia ocupado o poder. Metade do país não aguentava mais um presidente boquirroto, ministros encrenqueiros, apoiadores selvagens. Uma das promessas de Lula era de acabar com o ódio promovido por seu antecessor.
Fez isso na composição de chapa com antigos oponentes, na formação do governo com partidos variados. Um exemplo dessa diplomacia foi a visita ao Palácio Piratini, quando ele e Janja foram recebidos para um almoço por Eduardo Leite e seu namorado, Thalis Bolzan.
O primeiro ato de Jean Wyllys, depois do anúncio de sua nomeação para sabe-se lá o quê, na Secom, foi atacar Leite. O acusa de homofobia por manter as escolas cívico-militares, dando uma declaração homofóbica ao relacionar uma decisão política a “fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes”.
Há inúmeros argumentos para rebater a decisão de Leite e a de outros quase 20 governadores que foram poupados por Wyllys. Nenhum que faça menção a orientação sexual.
Lula tem dado o tom de calmaria que tomou conta do país e da política, resta saber se o seu entorno está liberado para desafinar.