Luto no Clube da Esquina

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Fernando Brandt. Retícula sobre foto de Foto Paulo Márcio

A morte do compositor e jornalista Fernando Brandt, na noite de ontem, sexta-feira, aos 68 anos, entristeceu o Brasil. Ele era um dos nomes mais importantes da música popular brasileira. Integrante da era dourada da arte das Minas Gerais, foi um dos fundadores do famoso Clube da Esquina, nos anos 70, juntamente com Márcio Borges, Márcio Ferreira, Wagner Tiso, Beto Guedes, Ronaldo Bastos, Marilton, Lô e Nico Borges, Toninho Horta e um tal de Bituca, um negro magricela e tremendamente tímido, recém chegado de Três Pontas, sul de Minas, chamado Milton Nascimento.

O Clube da Esquina, a bem da verdade, nunca existiu, era uma ficção. A esquina, sim, era real, ficava no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, onde a rapaziada, um bando de sonhadores pobres, na casa dos 20 anos, se reunia para falar de música e traçar planos. Era apenas “um pedaço de calçada e um simples meio-fio, onde os adolescentes da rua costumavam vadiar, tocar violão, ficar de bobeira, no cruzamento das ruas Divinópolis e Paraisópolis” – revelou Márcio Borges no notável Os sonhos não envelhecem, da Geração Editorial. Mas a fama do “Clube” correu o mundo e não foram poucos os que desembarcaram na capital mineira para conhecê-lo, alguns vindos dos EUA e da Europa.

Já Milton Nascimento está convencido de que “o Clube não pertencia a uma esquina, a uma turma, a uma cidade, mas sim a quem, no pedaço mais distante do mundo, ouvisse nossas vozes e se juntasse a nós”.

Fernando Brandt foi parceiro de Milton Nascimento em mais de 200 canções, entre elas “Travessia”, “Maria, Maria”, “Planeta Blue”, “Promessas do Sol” e a letra da versão em português de “Canção da América”.

Uma perda profundamente lamentável.

 Célio Heitor Guimarães

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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