BRASIL É O PÓLO SUL Num tempo onde a maioria das peças de teatro que se vê é comédia- aliás, cultura, política, partidos políticos, educação e mídia em geral não vão, hoje, no Brasil, muito além desse patamar de humor engordurado e alienação -, eis que surge um texto teatral vigoroso, culto, inteligente e de oposição. Uma peça de teatro que, nessa geléia geral da produção nacional, é uma rara luz no fim do túnel. Refiro-me ao texto “Bem-vindo, Brasil, à Antártida”, de Raimundo C. Caruso, que a partir da história da fuga de Portugal e da chegada de D. João VI ao Brasil, em 1808, organiza uma trama que inclui o próprio filósofo inglês Thomas Morus, autor de “A Utopia” (1516), e que teria embarcado por engano na frota portuguesa. Raimundo Caruso é poeta, romancista e prêmio nacional de literatura. Texto baseado em documentos históricos e contemporâneos, bem como nas políticas dos atuais dirigentes e ideólogos das esquerdas nacionais, Thomas Morus se espanta com a resignação e com a falta de imaginação dos líderes brasileiros que, sob todos os aspectos, parece que perderam completamente o rumo. Decepcionado com tanta estupidez e falta de coragem política, o autor de “A Utopia” resolve voltar para Londres quando descobre que o maior sonho do presidente do Brasil – uma marionete pomposa e inocente nas mãos de certos impérios centrais – é construir uma nova civilização em pleno Pólo Sul. Interessados em conhecer a peça, escrever para rccaruso@gmail.com
Toninho Vaz, de Santa Teresa
4 respostas a Luzes da ribalta