“A pulsão pela escrita” não é apenas uma boa história, escreve o poeta Hamilton Faria na apresentação da biografia, “mas uma narrativa emocionante, plena de conflitos humanos, em que Luiz Manfredini apresenta um quebra-cabeça, cujo resultado é composição surpreendente, que descreve idas e voltas sem jamais perder o fio da meada. E desse arranjo virtuoso emerge, cru, o perfil de um personagem controverso es único, do criador talentoso, obsessivo cultor da palavra. Ora um flâneur, um vagau em andanças sem destino, ora escandaloso como Jean Genet, libertino como Rimbaud, ou recatado feito um cavalheiro vitoriano”. Um personagem que se agarrava à literatura, como costumava dizer e repetir, movido por uma pulsão vital, absoluta.
TRECHO
“Em pânico, ele não percebeu o voo da faca que, afinal penetrou-lhe o pescoço, atingindo a jugular. Por breves segundos cambaleou, a vista opaca e os sentidos afrouxados, para em seguida arriar sobre a cadeira na qual estivera sentado. Por fim, um segundo golpe, desta vez perfurando a carótida, o fez escorregar para o chão. No pescoço, a faca oscilava feito um pêndulo sinistro. Nos olhos esbugalhados, estacionara um olhar perdido entre o sangue e o nada.”
SERVIÇO: “A pulsão pela escrita” Editora Ipê Amarelo – Curitiba – 2020 – 200 páginas. Vendas pelo WhatsApp (41) 9965-0704, com frete grátis.